O
curso de GEOGRAFIA DA
METRÓPOLE desdobra-se a partir de uma concepção de urbano
construída ao longo do curso de GEOGRAFIA URBANA, não mais com o objetivo de
construir os conteúdos de uma "geografia urbana possível" localizando
a produção da cidade ao longo do processo histórico, desvendando sua
morfologia, mas focando o modo como a metrópole aparece e constitui-se no
século XXI em suas contradições no movimento da reprodução da sociedade
capitalista mundializada. Aqui a noção de "produção do espaço"
coloca-se no centro do debate e orienta a reflexão com novas exigências
teóricas.
Da "Geografia Urbana" à "Geografia da Metrópole"
A produção do espaço como condição imanente da produção social no contexto da
produção civilizatória.Não existiria uma sociedade a -espacial - todas as
relações coais se realizam como atividades determinadas por um espaço e um tempo.
Neste
raciocínio as relações sociais se materializam enquanto relações espaciais com
significados diferenciados em função do momento histórico revelando-se enquanto
prática sócio-espacial. Assim o espaço passa a ter uma dupla determinação – é
localização das atividades, lócus de produção, mas é expressão do conteúdo das
relações sociais. Nesta condição é produto social e histórico ao mesmo tempo
que realidade imediata, passado e presente, sem deixar de conter o futuro que
emerge como condição de vivência dos conflitos.
O fundamento
encontra-se na relação intrínseca entre o processo de produção da humanidade do
homem e o processo de produção do espaço ao longo da história (significa dizer
que ao construir sua vida, o homem produz um espaço). Aqui a cidade se revela como
obra da história humana constituindo-se a cada momento com particularidades
específicas (em sua determinações históricas específicas) apontando a "produção"
como categoria central de análise.
O momento
atual - no qual se situa a reflexão sobre a metrópole -sinaliza o movimento de
passagem da hegemonia do capital industrial à hegemonia do capital financeiro.
A
cidade e o urbano, aparecem como momento da reprodução da sociedade saída do
movimento da industrialização, como aponta Henri Lefebvre criando novos
conteúdos do processo de urbanização. Como pano de fundo a "a reprodução"
como categoria central de análise em sua historicidade, para entender os
conteúdos da problemática urbana.
O sentido
da acumulação do capital aponta a
produção de um novo espaço e de novas relações sociais bem como da constituição
de um “novo homem”, revelando a produção num sentido amplo em seus
desdobramentos. E nesta condição nos permite pensar o momento atual como aquela
da “reprodução”. Sem todavia deixar de envolver novas produções.
O
capitalismo cria suas próprias condições de reprodução. O momento atual é
aquela da ampliação do mercado mundial do processo de reprodução capitalista,
da redefinição das centralidades, envolvendo todo o espaço.
Abre-se,
assim duas dimensões; a) mundialidade como constituição do espaço mundial com a
manifestação de novas contradições e o aprofundamento entre os espaços
integrados-desitegrados ao capitalismo globalizado, sob a égide do estado
redefinindo a relação deste com a economia e com o espaço, b) as transformações
no nível do local, vividas nas práticas da
vida cotidiana. Neste processo a metrópole se constitui como importante
mediação entre o local e o mundial.