terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Uma abordagem





O curso de GEOGRAFIA DA METRÓPOLE desdobra-se a partir de uma concepção de urbano construída ao longo do curso de GEOGRAFIA URBANA, não mais com o objetivo de construir os conteúdos de uma "geografia urbana possível" localizando a produção da cidade ao longo do processo histórico, desvendando sua morfologia, mas focando o modo como a metrópole aparece e constitui-se no século XXI em suas contradições no movimento da reprodução da sociedade capitalista mundializada. Aqui a noção de "produção do espaço" coloca-se no centro do debate e orienta a reflexão com novas exigências teóricas.


Da  "Geografia Urbana"  à "Geografia da Metrópole"

A produção do espaço como condição imanente da produção social no contexto da produção civilizatória.Não existiria uma sociedade a -espacial - todas as relações coais se realizam como atividades determinadas por um espaço e um tempo.

Neste raciocínio as relações sociais se materializam enquanto relações espaciais com significados diferenciados em função do momento histórico revelando-se enquanto prática sócio-espacial. Assim o espaço passa a ter uma dupla determinação – é localização das atividades, lócus de produção, mas é expressão do conteúdo das relações sociais. Nesta condição é produto social e histórico ao mesmo tempo que realidade imediata, passado e presente, sem deixar de conter o futuro que emerge como condição de vivência dos conflitos.

O fundamento encontra-se na relação intrínseca entre o processo de produção da humanidade do homem e o processo de produção do espaço ao longo da história (significa dizer que ao construir sua vida, o homem produz um espaço). Aqui a cidade se revela como obra da história humana constituindo-se a cada momento com particularidades específicas (em sua determinações históricas específicas) apontando a "produção" como categoria central de análise.

O momento atual - no qual se situa a reflexão sobre a metrópole -sinaliza o movimento de passagem da hegemonia do capital industrial à hegemonia do capital financeiro.

A cidade e o urbano, aparecem como momento da reprodução da sociedade saída do movimento da industrialização, como aponta Henri Lefebvre criando novos conteúdos do processo de urbanização. Como pano de fundo a "a reprodução" como categoria central de análise em sua historicidade, para entender os conteúdos da problemática urbana.

O sentido da acumulação do capital  aponta a produção de um novo espaço e de novas relações sociais bem como da constituição de um “novo homem”, revelando a produção num sentido amplo em seus desdobramentos. E nesta condição nos permite pensar o momento atual como aquela da “reprodução”. Sem todavia deixar de envolver novas produções.

O capitalismo cria suas próprias condições de reprodução. O momento atual é aquela da ampliação do mercado mundial do processo de reprodução capitalista, da redefinição das centralidades, envolvendo todo o espaço.

Abre-se, assim duas dimensões; a) mundialidade como constituição do espaço mundial com a manifestação de novas contradições e o aprofundamento entre os espaços integrados-desitegrados ao capitalismo globalizado, sob a égide do estado redefinindo a relação deste com a economia e com o espaço, b) as transformações no nível do local, vividas nas práticas da  vida cotidiana. Neste processo a metrópole se constitui como importante mediação entre o local e o mundial.