LANÇAMENTO da Coleção Metageografia
coordenação: Ana Fani Alessandri Carlos realização: GESP - Departamento de Geografia - FFLCH-USP
( Cesar Simoni dos Santos; Glória Alves; Isabel Alvarez; Simone Scifoni; Rafeal de Pádua; Danilo Voloshco; Fabiana Valdoski, Savio Miele; Camila Salles, Renata Sampaio)
As
análises contidas nesta coleção se desenvolvem a partir da centralidade que a
produção/reprodução do espaço urbano desempenha na, hoje, na realização da
sociedade capitalista. Em suas profundas metamorfoses, o espaço aponta a
realização do capitalismo no plano mundial, como um momento da reprodução da
sociedade, que saída da história da industrialização, que permitiu com o
desenvolvimento do mundo da mercadoria, a
generalização do valor de troca- divisão do trabalho no seio da
sociedade, o desenvolvimento das comunicações, a expansão da informação -, a
redefinição das relações entre os lugares de realização da vida. A extensão do
capitalismo no espaço, ele próprio tornado mercadoria, faz da produção do
espaço um pressuposto, condição e produto da reprodução social e nesta direção,
elemento definidor dos conteúdos da prática sócio-espacial, o que modifica as
relações espaço-tempo da vida social, redefinindo contradições e produzindo
novas.
O GESP (Grupo de Geografia
Urbana Crítica Radical sediado no Departamento de Geografia da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - USP) reúne
diversos pesquisadores em torno do objetivo de desvendar os conteúdos da
urbanização hoje tendo como foco de análise os fundamentos que explicitam a
desigualdade vivida concretamente no cotidiano da metrópole tendo como perspectiva a construção de uma
“geografia crítica radical”. volume 1. A crise Urbana ( 2015)
volume 2. A cidade como negócio ( lançamento maio de 2015)
volume 3. Justiça espacial e o direito à cidade ( lançamento 2016)
volume 4. Geografia: 13 palavras chaves ( lançamento 2016 - título provisório)
versão inglesa :epub / Editora Contexto São Paulo
** sobre a metageografia
A
coleção apresenta um caminho para pensar a realidade através e a partir da
Geografia imersa na totalidade das Ciências Humanas. Estabelecendo como pressuposto que neste âmbito a Geografia mergulhou na análise do
espaço, o desafio a ser enfrentando é aquele de pensar o mundo e nossa condição
no mundo através da compreensão do espaço.Nossa tese - fundadora de uma metageografia - é que a produção do espaço, como construção social é condição imanente da produção humana ao mesmo tempo que é seu produto. Neste raciocínio, a produção do espaço seria uma das obras do processo civilizatório. O espaço, em sua dimensão real, coloca-se como elemento visível, em sua materialidade, mas também como representação de relações sociais reais que a sociedade em cada momento da história. Na contramão do que apregoam os geógrafos poderíamos construir a hipótese segundo a qual não existiria um “espaço geográfico”, mas uma dimensão espacial da realidade, acarretando a necessidade de um modo de entender o mundo através da compreensão do espaço como produção social (e histórica). O que traz exigências teórico-metodológicas.
Através de cada reflexão individual, o projeto coletivo de desvendar a realidade (a partir do urbano) vai se construindo, prolongando o pensamento de Karl Marx e de Henri Lefebvre, numa orientação teórico-metodológica desenvolvida no Departamento de Geografia da fflch-usp, denominada marxista-lefebvriana, como caminho da construção de uma geografia crítica - radical: a metageografia, para a compreensão do mundo moderno diante dos problemas de uma época, na qual o espaço vem assumindo um protagonismo inédito, na medida em que a reprodução da sociedade capitalista se realiza, hoje, através da produção do espaço. Trata-se de centrar a investigação na dimensão social da realidade, iIuminando momentos da prática social como práxis espaço-temporal.